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ALÍCIA DUARTE PENNA
( Brasil – MINAS GERAIS )
Graduada em Arquitetura, Mestre e Doutora em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais.
Professora no Curso de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
Escritora, ensaísta e tradutora de textos técnicos, tem se dedicado aos seguintes temas: produção social do espaço; teoria urbana; história do urbanismo; história da urbanização e da arquitetura brasileiras; planejamento urbano e ambiental; metodologias e processos colaborativos; políticas de espaço, alteridade e subjetividade.
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PELADA POÉTICA: antologia. Organizadores: Júlio Abreu e Mário Alex Rosa. Belo Horizonte, MG: Scriptum, 2013. 118 p.
ISBN 978-85-89-044-69-1 Ex. bibl. Antonio Miranda
LUDOPÉDIO
um prato quebrado no susto de um gol
Rivelino, Jairzinho e Félix, sozinhos no campo da memória
coxas Canal 100, olhos que não perguntam
C. L. ao grupo ruidoso vindo de uma partida de futebol:
— Vamos voltar a falar sobre a morte?
na tela, na tarde no chão do Estádio, a corrida das
[sombras em diagonal
o medo dos corpos em mutação (das jogadoras de vôlei
da praia, dos nadadores, das ginastas, dos levantadores
de peso, dos arremessadores, da bailarinas, estivadores,
operários da construção civil, caixas de supermercado,
ascensoristas, professores)
o mistério do impedimento
a bola na rede, duas vezes
(a primeira, adversária,
a segunda, assinatura)
TIME
A filha cabe inteira na mão do pai
que cantarola o nome de cada parte do corpo
lavado em carinho, mais do que em sabão.
Ao final, em sussurro: — Galô... Galô... Galô...
JOGADORA
Se,
não seria beque,
a contrapasso,
nem goleira, farol
em todas as horas de gol,
faísca no segundo
sempre arrasado da hora h.
Se,
somente se,
seria:
reta e desabalada,
em acerto ou em erro,
primeira e última,
atacante.
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Página publicada em maio de 2023
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